A responsabilidade das marcas no âmbito da sustentabilidade

Semanas atrás, líderes de diversas nações se reuniram para pensar, discutir e traçar planos de curto, médio e longo prazo sobre as reações climáticas que têm trazido preocupações a nível global. Eles buscam estratégias para contribuir na redução de poluentes e de resíduos que tem afetado diretamente o meio ambiente e a qualidade de vida da humanidade.

Estas iniciativas são de fato importantes. Mas, será que esta iniciativa é uma responsabilidade apenas do Poder Público – Primeiro Setor?  Sem dúvidas, não. E por isso, nos perguntamos: Se as marcas se posicionassem utilizando sua criatividade, tecnologia e paixão pela inovação – características estas que fazem parte da sua identidade – será que este problema mundial não seria amenizado de forma mais rápida? Podemos dizer SIM, sem medo de errar.

Nos últimos anos, observamos um número considerável de profissionais de marketing e executivos das áreas ESG (Environmental, Social and Governance), desenvolvendo projetos arrojados para contribuir com o nosso meio ambiente. A estratégia destes profissionais visa sanar este problema global, com soluções da ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) geradas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

É importante salientar que estes profissionais de marketing e executivos, analisam e desenvolvem soluções para beneficiar o meio ambiente, a qualidade de vida das pessoas, e para posicionar a sua empresa neste âmbito de sustentabilidade – legitimando-a perante seus stakerolders.

A Natura, por exemplo, que tem a sustentabilidade como principal pilar, está investindo na bioeconomia baseada em soluções da natureza. Além de defender o desmatamento da Amazônia dedicando esforços neste projeto até 2025.

Além disso, empresas do segmento financeiro como o Banco Bradesco, demonstrou na COP26, avanços da empresa com compensação e neutralização das suas emissões de carbono e se comprometeu a ter um portfólio de crédito neutro em carbono até 2050.

Já a empresa Movida apresentou seu projeto Carbon Free, que visa diminuir o impacto de carbono negativo para carbono neutro até 2030, e consequentemente transformando seu carbono em carbono positivo até o ano de 2040. Com isso, a Movida está reforçando seu compromisso com ações de redução de gases de efeito estufa.

No setor da moda, a Malwee apresentou o projeto Malwee Transforma – Laboratório de Inovação para a Sustentabilidade na Moda Nacional – que vai acelerar produtos e iniciativas que tenham menor impacto no meio ambiente e menor utilização de recursos naturais.

Recentemente, tive uma ótima experiência com a marca de sapatos Bottero, que apresentou uma linha de produtos totalmente sustentáveis, mantendo o padrão com designer moderno e qualidade nos produtos; trazendo conforto, beleza e preço acessível, tudo para atrair o olhar das mulheres acostumadas com a linha tradicional, mas que estão atentas com a sustentabilidade. Além disso, as caixas de papelão deixadas nas lojas, são destinadas para reciclagem e o cliente ainda recebe um selo em cada caixa enviada. No final, somando os selos, o cliente pode trocar os selos por um outro par de sapatos sustentável, sem custo algum.

Esta iniciativa me fez pensar mais ainda na importância que as marcas têm no âmbito da sustentabilidade. Saí da loja totalmente engajada e impactada, nem pensei no “preço” do produto, mas sim no valor intrínseco – incalculável – que aquela compra inseriu em mim. Por isso, acredito que nós profissionais de marketing e executivos de ESG podem e devem atuar com estratégias de sustentabilidade que beneficiam o meio ambiente, as pessoas e as marcas.

Causas ambientais e sociais, não devem ser preocupação apenas do poder público, mas de cada um de nós, sobretudo das marcas. As marcas carregam relevância, propriedade, consistência e tudo isso se faz para pessoas, para pessoas que precisamos gerar VALOR. Atitudes como está da Bottero influenciam comportamentos, são atitudes assim que fazem Marcas serem únicas em sua proposta de Valor.

O consumidor está buscando empresas sustentáveis que vão além da comercialização de produtos e serviços. E respondendo à pergunta do início deste artigo: SIM, marcas podem e devem acelerar o processo de transformação ambiental, social e cultural.

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